PUBLICO.PT

PÚBLICO: Edição Impressa Versão para cegos
22 de Março de 2011 - 16h29

Secções PÚBLICO Edição Impressa: ÍNDICE DESTAQUE, ECONOMIA, MUNDO, CIÊNCIA, CULTURA, DESPORTO, SOCIEDADE, ESPAÇO PÚBLICO, ÚLTIMA, POLÍTICA, LOCAL, PRIMEIRA PÁGINA, GUIA,

Cartas ao director

Havia mesmo outro

Não falta quem desanque em António Costa e no seu Governo. Surpreendidos com a resiliência do primeiro-ministro às intempéries anunciadas que, mais tarde ou mais cedo, o fariam cair, muitos dos que nunca lhe perdoaram a "habilidade" de formar um executivo que outros, mais ungidos, não conseguiram, só se esperavam os sinais de má fortuna para lhe caírem em cima. Desvalidos da "sorte" que seria as instituições europeias impedirem-no de gozar mais do que os sacramentais 100 dias de "graça", acobertaram-se nas pregas do destino à espera das desgraças que, afinal, até se concretizaram. O Governo desgovernou-se com os incêndios, Tancos, a Legionella, o Panteão, o descongelamento das carreiras e até o Infarmed. À coca, os pregoeiros do infortúnio brotaram como cogumelos, alertando-nos para as insuficiências na saúde e no ensino, para a permanência da austeridade. E não é que é tudo verdade? Pois, melhor do que antes, mas tão verdade quanto as incontestadas melhorias no emprego e no desemprego, no crescimento do PIB e no rendimento dos portugueses, no investimento, na dívida pública e no défice. Mas o mais engraçado é que onde o Governo teve êxito foi nos capítulos em que a oposição lhe destinava um inexorável fracasso, qual fatalidade matemática. No resto, onde averbou desaires, alguns deles perfeitamente evitáveis, o Governo escorregou no fortuito e no imprevisível, por vezes com dolorosas perdas. Afinal, havia outro... diabo.

José A. Rodrigues

Vila Nova de Gaia

Ponte da Ajuda e Olivença

Lemos com atenção os dois artigos acerca da Ponte da Ajuda, entre Elvas e Olivença, publicados na edição do PÚBLICO de 1 de Dezembro passado, e ficámos, pelo menos, surpreendidos pela importância dada ao senhor Luis Alfonso Limpo, "cronista oficial" de Olivença e o maior paladino da Olivença espanhola, e pela ausência completa da referência à existência do conflito territorial entre Portugal e Espanha devido ao facto de o Estado Português, alicerçado no Tratado de Viena de 1815, assinado por Espanha, considerar que Olivença é um território juridicamente português, mas ocupado ilegalmente por uma potência estrangeira, Espanha, e não reconhecer a espanholidade de Olivença, recusando-se a delimitar a fronteira ao longo do rio Guadiana no que concerne ao território de Olivença.

Quanto, mais especificamente, ao problema da eventual reconstrução da dita ponte, lamentamos que não tivesse sido contactado o Grupo dos Amigos de Olivença ( GAO), que teve um papel decisivo no impedimento da reconstrução abusiva desta ponte manuelina, pois foi o GAO que pôs em tribunal em Julho de 2001 o então Ippar, tendo obtido uma providência cautelar que fez suspender até hoje as obras já começadas pelas entidades espanholas, o que mereceu então a concordância do nosso Ministério dos Negócios Estrangeiros.

F. A. Castanhinha, Lisboa

Presidente do Grupo dos Amigos

de Olivença



Fim

© Copyright PÚBLICO Comunicação Social SA