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22 de Março de 2011 - 16h29

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Ténis
Nadal volta a ser traído pelo seu corpo
Por Pedro Keul

Kyle Edmund e Elise Mertens vão estrear-se nas meias-finais de um Grand Slam

O Open da Austrália e Rafael Nadal não têm partilhado uma história muito feliz, mas nem por isso menos encorajadora: o espanhol não pôde competir em 2006 por causa de uma lesão num pé, mas cinco meses depois triunfou em Roland Garros; em 2010, quando defendia o título, abandonou nos quartos-de-final, lesionado num joelho, mas regressou para conquistar os outros três torneios do Grand Slam; em 2011, foi o adutor que o fez ceder nas meias-finais; não competiu em 2013 por causa de um vírus estomacal, mas terminou esse ano no primeiro lugar do ranking; no ano seguinte, magoou-se nas costas durante a final; e em 2015, após recuperar de uma lesão no pulso e de uma apendicite, foi-lhe impossível ir além dos "quartos".

Resta saber o que 2018 reserva a Nadal depois de, ontem, uma lesão na parte superior da perna direita o ter forçado a abandonar diante de Marin Cilic. O croata avança assim para as meias-finais do Open australiano, onde haverá mais dois estreantes, em ambos os quadros - o que acontece pela primeira vez em Melbourne desde 1999.

"Esta foi uma oportunidade perdida para estar nas meias-finais de um Grand Slam e lutar por um título importante para mim. Isto já me aconteceu algumas vezes neste torneio, por isso não quero chamar-lhe frustração, mas é mesmo difícil de aceitar", frisou Nadal, que ainda recebeu assistência médica a 1-4 do quarto set, antes de capitular, ao fim de três horas e 47 minutos: 3-6, 6-3, 6-7 (5/7), 6-2 e 2-0.

Cilic já tinha recuperado da desvantagem de um set e um break na segunda partida, cedida com uma dupla falta, desconcentrado devido a uma advertência por demorar demasiado tempo entre pontos. O croata, que até então tinha assinado 16 winners (incluindo três ases) - já soma 115 winners de direita no torneio -, canalizou a sua frustração para o jogo, adoptando um ténis ainda mais agressivo e acabou somando mais 70 winners (dos quais 17 ases e 21 com a direita) e concretizando cinco de 18 break-points.

À frente de Cilic no número de winners, está o seu próximo adversário, Kyle Edmund, pela primeira vez nas meias-finais de um Grand Slam. O britânico de 23 anos já somou 127 winners de direita no torneio (uma média de 25 por encontro) e muitos deles a uma velocidade bem acima dos segundos serviços de Grigor Dimitrov, que chegou a Melbourne num inédito terceiro lugar do ranking, mas desiludiu com uma exibição apagada. Edmund (49.º) é o segundo britânico a conseguir chegar tão longe no Open da Austrália nos últimos 40 anos, após eliminar Dimitrov, por 6-4, 3-6, 6-3 e 6-4.

Outra estreia em meias-finais do Grand Slam será a de Elise Mertens (37.ª), a primeira belga a ir tão longe num major desde 2013 (e sem ceder qualquer set). Num duelo entre duas jogadoras invictas este ano, Mertens assinou 26 winners para ultrapassar Elina Svitolina (4.ª), em 73 minutos: 6-4, 6-0. A última belga a atingir as meias-finais em Melbourne tinha sido Kim Clijsters, a sua mentora e em cuja Academia se treina, em 2012.

Mertens continua sem perder um encontro em Austrália desde que conquistou o torneio de Hobart em 2017. Este ano, defendeu o título nessa cidade e somou cinco vitórias em Melbourne.

Mas agora tem pela frente a bem mais experiente Caroline Wozniacki (2.ª), que, passados sete anos, volta a ter uma oportunidade de chegar à final do Open australiano. A dinamarquesa, que voltou ao "top-5" em 2017, assinou 34 winners (incluindo 10 ases), mas viu Carla Suarez Navarro (29.ª) recuperar de 2-4 e salvar um match-point no segundo set, antes de impor-se, por 6-0, 6-7 (3/7) e 6-2.



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