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22 de Março de 2011 - 16h29

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Catalunha
Puigdemont quer regressar a Barcelona mas "sem correr riscos"

Ex-líder da Generalitat catalã beijou bandeira espanhola em Copenhaga e partilhou o vídeo

O ex-presidente do Governo Regional da Catalunha afirmou ontem que o seu regresso a Barcelona seria positivo para a democracia espanhola, disse estar disposto a fazê-lo já, mas assinalou que pretendia voltar "sem correr riscos". Não esclareceu, no entanto, se o facto de ter retirado ontem mesmo o pedido para votar através de um representante seu no debate de investidura do novo presidente da Generalitat - cargo ao qual é o único candidato - marcado para 31 de Janeiro, tem alguma coisa a ver com estes planos, diz o El País.

Não se sabe como poderá o líder independentista ser empossado se não estiver presente. A possibilidade de o fazer por videoconferência foi considerada inviável pelos serviços jurídicos do parlamento regional. "Se se respeitassem os resultados das eleições, poderia voltar agora mesmo", disse Puigdemont, em Copenhaga, na Dinamarca, para onde viajou no dia anterior, proveniente de Bruxelas.

"O meu regresso a Barcelona será não só uma boa notícia para os catalães que apoiam a nossa causa, como para o povo espanhol e para Espanha", afirmou, lembrando que existe uma "larga maioria no parlamento" para voltar a nomeá-lo como presidente do Governo da Catalunha. 

Num encontro com deputados dinamarqueses de diferentes partidos, Puigdemont chamou a atenção para a "contradição" de poder entrar num parlamento europeu, mas não no catalão sem correr o risco de ser detido. "Esta reunião demonstra que a Catalunha interessa a toda a Europa", afirmou.

Puigdemont protagonizou ainda um momento de algum espectáculo quando estava sentado à mesa de um café em Copenhaga e um espanhol residente naquela cidade se aproximou com uma bandeira espanhola, pedindo-lhe que a beijasse. "Não tenho problema nenhum", respondeu o líder catalão, e beijou a bandeira. "Algum dia hão-de compreender que não temos problema nenhum com Espanha nem com a sua bandeira. A batalha é contra quem exerce o poder despoticamente", afirmou na sua conta de Twitter depois. Os media espanhóis divulgaram o vídeo.

A ida para a Dinamarca foi vista como uma forma de Puigdemont provocar a sua detenção. O juiz do Supremo Tribunal espanhol Pablo Llarena, no entanto, recusou voltar a emitir o mandado de captura internacional pedido pelo Ministério Público.

O Governo espanhol pôs as autoridades fronteiriças em alerta contra qualquer tentativa de regresso de Puigdemont. "Garantiremos que não consegue entrar, nem escondido na mala de um carro", afirmou o ministro do Interior, Juan Ignacio Zoido, ao canal Antena 3.



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