PUBLICO.PT

PÚBLICO: Edição Impressa Versão para cegos
22 de Março de 2011 - 16h29

Secções PÚBLICO Edição Impressa: ÍNDICE DESTAQUE, ECONOMIA, MUNDO, CIÊNCIA, CULTURA, DESPORTO, SOCIEDADE, ESPAÇO PÚBLICO, ÚLTIMA, POLÍTICA, LOCAL, PRIMEIRA PÁGINA, GUIA, TELEVISÃO,

Médio Oriente
Netanyahu diz que palestinianos têm de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel
Por Ana Fonseca Pereira

Macron pediu-lhe "gestos corajosos". Mas primeiro- -ministro israelita diz que a cidade "nunca foi a capital de qualquer outro povo"

Benjamin Netanyahu diz que quanto mais cedo os palestinianos assumiram que Jerusalém é capital de Israel "e não de qualquer outro povo", mais cedo haverá paz. O primeiro-ministro israelita falava ao lado do Presidente francês, Emmanuel Macron que, em vão, lhe pediu "gestos corajosos" para sair do actual impasse.

O encontro no Palácio do Eliseu - primeira etapa de um périplo que levará hoje Netanyahu a encontrar-se com os chefes da diplomacia europeia em Bruxelas - aconteceu horas depois de protestos violentos junto à embaixada americana em Beirute e após um palestiniano, residente da Cisjordânia, ter esfaqueado um segurança israelita na principal estação de autocarros de Jerusalém. A polícia fala num "ataque terrorista" e a imprensa adianta que o atacante tinha deixado uma mensagem no Facebook com referências à decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

Macron começou por condenar "com total clareza todas as formas de ataques dos últimos dias e horas contra Israel", mas acrescentou que "a declaração de Trump sobre Jerusalém é uma perigosa ameaça à paz", ao minar o consenso internacional de que o estatuto futuro da cidade - reclamada como capital tanto por israelitas como palestinianos - só pode ser decidido através de negociações. E, apesar do ambiente hostil, Macron pediu a Netanyahu que "dê uma nova oportunidade" ao diálogo, sugerindo que adopte "gestos generosos em relação aos palestinianos", entre eles a suspensão da expansão dos colonatos na Cisjordânia.

Mas Netanyahu mostrou-se pouco disponível para cedências. Afirmou que "Jerusalém é há três mil anos a capital de Israel" e "nunca foi a capital de qualquer outro povo" que não o judeu. "Quanto mais cedo os palestinianos aceitarem esta realidade, mais cedo avançaremos em direcção à paz", sublinhou, citado pela AFP, dizendo que o "gesto mais simples" que pode oferecer a Mahmoud Abbas é a disponibilidade para dialogar. "Se o presidente da Autoridade Palestiniana quer a paz, então que venha sentar-se e negociar com Israel".

O primeiro-ministro israelita usou o mesmo tom para responder ao Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que ontem se referiu a Israel como um "Estado invasor" e "terrorista". "Não aceito lições de moral de um líder que bombardeia aldeias curdas no seu país, que prende jornalistas, que apoia o Irão a contornar as sanções internacionais ou ajuda grupos terroristas, incluindo em Gaza, a matar pessoas inocentes", afirmou Netanyahu.



Fim

© Copyright PÚBLICO Comunicação Social SA