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22 de Março de 2011 - 16h29

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Ásia
Aviação civil cede a Pequim e passa a usar "Taiwan, China"
Por Lusa

Empresas de todos os sectores receiam retaliações que provoquem perdas económicas. "Não é possível dizer não"

Vinte companhias aéreas passaram a referir-se a Taiwan como parte da República Popular da China, cumprindo uma exigência de Pequim, apesar de a ilha funcionar como um Estado soberano.

British Airways, Lufthansa e Air Canada são algumas das companhias que se referem já a Taiwan como parte da China, quando faltam apenas três dias para dezenas de operadoras decidirem se cumprem as ordens de Pequim ou enfrentam consequências que podem paralisar os seus negócios no país, incluindo sanções legais.

A 25 de Abril, a Administração da Aviação Civil da China enviou uma carta a 36 companhias aéreas, na qual exige que se refiram a Taiwan como parte da China. A Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) não inclui Taiwan entre os seus destinos. 

A adopção de "Taiwan, China" ou "Taiwan, República Popular da China" nos portais electrónicos e mapas das companhias aéreas representa outra vitória nos esforços do Partido Comunista Chinês (PCC) em fazer as empresas estrangeiras aderir à sua visão geopolítica, mesmo em operações fora do país.

Taiwan assume-se como República da China, mas Pequim considera-a uma província chinesa e não uma entidade política soberana. "Opomo-nos veementemente aos esforços da China para atingir os seus objectivos políticos através da intimidação, coacção e ameaças", reagiu, em comunicado enviado à AP, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan. "Apelamos às empresas privadas que rejeitem colectivamente a exigência insensata da China para que alterem a designação de "Taiwan" para "Taiwan, China"".

O Presidente chinês, Xi Jinping, avisou Taiwan de que a questão da reunificação não pode ser adiada para sempre.

Várias multinacionais têm cedido à pressão de Pequim para alterarem as referências a Taiwan. Na semana passada, a marca de roupa norte-americana Gap pediu desculpa à China por ter vendido T-shirts com um mapa "errado" do país, sendo que o mapa não mostrava Taiwan. Em Janeiro, a marca têxtil espanhola Zara, a companhia aérea norte-americana Delta AirLines e a fabricante de equipamento médico Medtronic pediram também desculpa por se referirem a Taiwan como um país nos seus sites.

"Não é possível dizer não", disse Carly Ramsey, especialista da Control Risks, consultora com sede em Xangai, a "capital" económica da China, citado pela AP. "Cada vez mais, em situações como esta, o incumprimento não é uma opção, se se quiser fazer negócios na China e com a China", explicou. Lusa



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