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22 de Março de 2011 - 16h29

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Mercados
Science4you desiste de entrar na bolsa
Por Luís Villalobos

Empresa de brinquedos científicos liderada por Miguel Pina Martins previa arrecadar 15 milhões com dispersão de 44% do capital

A Science4you anunciou ontem que abandonou a estratégia de dispersar parte do seu capital em bolsa. As ordens de compra feitas até aqui "poderão ser revogadas até ao termo do período de aceitação da oferta", marcado para dia 1 de Fevereiro.

"Considerando que na presente data não está verificada a condição a que a oferta se encontra sujeita, a sociedade decidiu não formalizar o contrato de liquidez a que é feita referência na adenda ao prospecto da oferta aprovada em 14 de Dezembro de 2018", anunciou a empresa de brinquedos presidida por Miguel Pina Martins (que é também seu fundador) num curto comunicado disponibilizado através do regulador do mercado de capitais, a CMVM. O anúncio surge 12 dias antes da data limite para a revogação das ordens de compra.

A estratégia da empresa passava por arrecadar 15 milhões com a dispersão de 44,1% do capital (entre novas acções e títulos existentes) na Euronext Growth (orientada para as PME, e situada entre a Acess e a Euronext). De acordo com o prospecto da operação, o objectivo mínimo era a colocação de 2.040.817 acções a 2,45 euros, com um encaixe de cinco milhões.

A oferta arrancou a 28 de Novembro, prevendo-se então a sua finalização a 14 de Dezembro, num contexto de turbulência nos mercados. Nesse mesmo dia, a empresa apresentou uma adenda ao prospecto da oferta pública de venda (OPV), prolongando o processo em cerca de um mês e meio de modo a estabelecer um contrato de liquidez com um intermediário financeiro (market maker) e a tornar as acções mais atractivas junto dos investidores. Conforme já noticiou o PÚBLICO, de acordo com fontes do mercado, sem esta estratégia a operação teria mesmo ficado pelo caminho nesse mesmo mês, por falta de procura. 

Em declarações por escrito ao PÚBLICO em Dezembro, Miguel Pina Martins afirmou que a opção pelo contrato de liquidez surgiu devido aos "comentários de investidores relativamente aos receios com a liquidez do título". "Temos indicadores positivos e acreditamos, até ao último dia, na estabilização do mercado e no sucesso da nossa operação", afirmou então o empresário. "Obviamente que não somos excepção e a volatilidade das bolsas é bastante relevante, sendo que o novo timing vai permitir-nos ganhar tempo e ajudar a uma maior estabilização do mercado e das bolsas", defendeu então Miguel Pina Martins.

Ir à bolsa para crescer

A entrada em bolsa, segundo a própria Science4you, serviria para "dotar a empresa de uma estrutura de financiamento mais diversificada, sobretudo ao nível do seu capital, adequada à continuação da sua expansão" e para criar "valor para os seus accionistas".

Há pouco mais de três anos, em Setembro de 2015, a empresa realizou um aumento de capital de sete milhões de euros, com mudanças na estrutura accionista que envolveram a entrada do grupo Millennium BCP. Antes dessa operação, a Science4you era detida a 49% pela Portugal Ventures e a 30% por Miguel Pina Martins. Outros 21% estavam distribuídos por pequenos accionistas. O volume de vendas da Science4you é de cerca de 20 milhões de euros.



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