A proposta

Carros e metro no mesmo túnel

O vereador da Câmara do Porto Manuel Correia Fernandes defendeu ontem, em declarações à Lusa, a construção de uma mega-avenida subterrânea pela qual circulariam automóveis e metropolitano, desde a futura Via Nun"Álvares, no Porto, à Avenida D. Afonso Henriques, em Matosinhos. Correia Fernandes referia-se à Linha do Campo Alegre, cujo traçado gostaria de ver deslocado para nascente. "Já que se vai abrir um vale para fazer a travessia enterrada do metro no Parque da Cidade, devia aproveitar-se para fazer a ligação rodoviária entre a Via Nun"Álvares, no Porto, e a Avenida Afonso Henriques, em Matosinhos. Mas a ligação teria de ser feita não a poente, como está previsto, mas a meio do Parque da Cidade", precisou. O arquitecto eleito para a vereação da Câmara do Porto pelo Partido Socialista até concorda com a decisão do executivo de fazer enterrar o metro no Parque da Cidade. Mas discorda da instalação da linha de metro junto ao mar, em direcção à Rua Brito Capelo, em Matosinhos. Para Correia Fernandes, este traçado é "inútil", porque serve uma área de Matosinhos "que já está coberta pelo metro" e, se atravessar o Parque da Cidade a poente, como está previsto, "não serve ninguém, a não ser meia dúzia de banhistas". Assim, a ideia de Correia Fernandes era recuperar o primeiro traçado delineado para a superfície da futura Via Nun"Álvares e lançar, no subsolo desta zona, uma grande "avenida urbana subterrânea, onde os automóveis e o metro convivessem" e que desaguaria na Afonso Henriques, a avenida de Matosinhos perpendicular à entrada norte do parque. O vereador acredita que este traçado seria mais barato, porque mais curto, e com possibilidades de conquistar novos clientes para o metro. Contactada pelo PÚBLICO, a Metro do Porto preferiu não comentar a proposta de Correia Fernandes. Fonte da empresa limitou-se a adiantar que foram realizados estudos de procura potencial para a Linha do Campo Alegre, com o traçado que está em cima da mesa, que apontam para 30 mil passageiros por dia, "sem contar com o efeito de rede".

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