Entrada na Oi tem sido avançada como alternativa

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O Presidente do Brasil com José Sócrates em Lisboa, em Maio passado nuno ferreira santos

Com a possibilidade de saída da Vivo em cima da mesa, a Portugal Telecom (PT) deve começar a procurar alternativas se quiser permanecer no Brasil, para "mitigar os efeitos da venda, procurando apresentar um plano de investimentos alternativo que compense a perda" dessa operação, disse ao PÚBLICO fonte próxima da empresa.

Se é preciso que até à decisão final da AG os grandes accionistas e responsáveis da PT se envolvam na discussão de um novo preço que possa justificar a alienação da operadora móvel brasileira, é também importante que a PT apresente um plano de investimentos credível que promova a estabilidade e a permanência accionista, disse a mesma fonte. Isto, assumindo que o Brasil é estratégico, como têm dito a PT e os seus accionistas de referência, e várias responsáveis do Governo, com destaque para o primeiro-ministro.

Desde que o processo com a Telefónica teve início, vários têm sido os cenários apontados para esta permanência futura da PT no Brasil. Um dos mais repetidos tem sido a entrada da PT na Oi, o grupo de telecomunicações fixas e móveis integralmente detido por capitais brasileiros.

A criação deste grupo - que resultou da fusão entre a Brasil Telecom e a antiga Telemar - foi acarinhada pelo governo brasileiro como forma de criar um grande grupo nacional num mercado onde as principais empresas são dominadas por empresas detidas por estrangeiros. Se na Vivo, líder do mercado móvel, os donos são portugueses e espanhóis, na Claro, segunda maior do mercado, manda a Telmex, empresa do homem mais rico do mundo, o mexicano Carlos Slim.

A terceira empresa do mercado móvel é a TIM, da Telecom Italia, onde a Telefónica tem uma participação indirecta. Daí que a criação de um grupo brasileiro tenha sido uma das bandeiras do governo de Lula da Silva, que chegou mesmo a promover alterações à Lei das Comunicações para promover a fusão. A possibilidade de participação da PT num grande grupo de telecomunicações de língua portuguesa chegou a ser discutida por responsáveis brasileiros e portugueses no Verão de 2007, mas nunca houve desenvolvimentos.

A Oi é controlada por investidores da esfera pública (como o Banco Nacional de Desenvolvimento e fundos de pensões de empresas estatais) e accionistas privados (os grupos Andrade e Gutierrez e La Fonte), mas não tem entre os seus accionistas nenhum operador de telecomunicações, ao contrário das rivais. A empresa, que oferece serviços móveis, fixos (de voz e Internet) e de televisão por cabo, tem mais de 60 milhões de clientes em todo o Brasil.

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