Vara reclama 250 mil euros a Miguel Sousa Tavares

O escritor e comentador Miguel Sousa Tavares (MST) disse há cerca de três anos: "Quando entra em cena Armando Vara, fico logo desconfiado." Então, Vara era administrador da Caixa Geral dos Depósitos e não gostou. Sentiu-se "enxovalhado" e reclamou uma indemnização de 250 mil euros por "danos não patrimoniais", alegando que já não era uma figura pública quando MST fez aquela afirmação, como comentador da TVI.

A decisão para o diferendo cabe ao Tribunal de Oeiras, onde o julgamento começou ontem e prossegue amanhã. Ontem, à saída da primeira sessão do julgamento, o banqueiro, com funções suspensas como vice-presidente do BCP por ter sido constituído arguido no processo Face Oculta, assegurou que a sua demanda é "um combate" em defesa do seu bom-nome, por entender ter sido "enxovalhado". "Este é um combate por todos aqueles que fazem a sua vida e a sua carreira à custa do próprio esforço", disse Vara, segundo informa a agência Lusa.

Armando Vara afirmou ainda à agência Lusa que achou de "grande gravidade" a forma como Miguel Sousa Tavares o tratou nos textos que escreveu, lembrando ainda que, ao fim de quase 40 anos de vida pública, é a primeira vez que põe alguém em tribunal.

"Ao longo dos anos já foram escritos centenas de textos a darem opiniões negativas sobre mim, mas estes são autênticos assassinatos de carácter", afirmou. "Para quem me conhece, as afirmações proferidas não têm efeito nenhum, o problema é para quem não me conhece, que fica com uma ideia minha que não corresponde à realidade", concluiu.

Ontem testemunharam o histórico dirigente do PS Almeida Santos e dois antigos administradores da CGD (Francisco Bandeira e António Tomás Correia). Foram unânimes: Vara ascendeu na carreira por mérito e as afirmações de MST são injustas.

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