PSP mais atenta após incidentes de domingo na praia do Tamariz

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Polícia controlou ontem grupos de jovens banhistas no Tamariz MIGUEL MANSO

Empresários da restauração preocupados com clima de insegurança na praia e nos comboios. Nem todos os banhistas partilham dos receios

De olhos postos no areal, dois agentes da PSP vigiavam ontem, por volta das 14h, os banhistas que aproveitaram as temperaturas altas para um mergulho na praia do Tamariz, no Estoril. Pouco depois, mais três polícias passavam no paredão. Foi um início de tarde calmo, pelo menos até às 15h30, quando chegou uma das duas equipas de intervenção rápida destacadas para as praias da linha de Cascais, no âmbito da operação Verão Seguro, para prevenir um desacato que parecia tomar forma entre grupos de jovens banhistas.

O cenário contrasta com o que se passou anteontem. "No domingo, antes dos incidentes, não vi cá a polícia", critica António Lopes, proprietário do restaurante onde se refugiou um dos grupos envolvidos em confrontos, entre a praia do Tamariz e a de São João. Segundo a PSP, os desacatos ocorreram entre as 13h30 e as 14h, e envolveram dois grupos com "cerca de dez cidadãos". Terá havido um "desentendimento entre alguns membros de ambos os grupos", que acabaram em agressões físicas e com recurso a facas e a uma arma de fogo.

Os disparos e todo o aparato assustaram não só os clientes do restaurante, maioritariamente estrangeiros, mas também os banhistas que anteontem encheram o areal. "Passei o resto da tarde sem ninguém", diz o comerciante.

"As praias do Estoril estão a perder qualidade", lamenta, referindo-se ao "género" de pessoas que agora frequentam a zona. "Falta vigilância permanente. Só a presença dos agentes já é um elemento dissuasor", afirma António Lopes.

O desabafo é partilhado pelos responsáveis de dois restaurantes do Tamariz, que reclamam mais policiamento. "Ainda não vi cá este ano o corpo de intervenção, e isso é fundamental", refere um deles, que pediu para não ser identificado. Os empresários temem que a insegurança - na praia e nos comboios da Linha de Cascais -, aliada à crise, possa afastar os banhistas habituais e os turistas.

"Não quero dramatizar, mas estou preocupado", diz Carlos Vagos, que aproveitou o sol e as férias para um passeio na praia do Tamariz. "Não me sinto inseguro nem tive qualquer problema", diz, por seu lado, um jovem que ontem foi pela primeira vez àquela praia. De passagem no paredão, após um banho de mar, Amélia Baptista também está descontraída. "Não costumo frequentar esta praia, prefiro a Costa da Caparica. Mas os problemas acontecem em todo o lado", lembra.

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