Centro de Criação para o Teatro e Artes de Rua da Feira dividir-se-á, afinal, por dois pólos

Projecto está a ser alterado. Câmara da Feira explica que concentrar tudo num edifício não era funcional

O projecto do Centro de Criação para o Teatro e Artes de Rua (CCTAR) de Santa Maria da Feira foi reformulado e surge agora com dois pólos funcionais: um para a concepção de espectáculos e residências artísticas, que será construído numa zona industrial na periferia da cidade; e outro para a realização de eventos artísticos, no centro da Feira, mais precisamente na desactivada pedreira das Penas. O grande edifício que tinha sido projectado para o CCTAR e apresentado numa candidatura a fundos comunitários à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) já não sairá do papel.

Esse prédio de três pisos, com uma parte revestida a cortiça, que incluiria apartamentos para artistas, um salão principal com 800 metros quadrados e uma biblioteca, entre outros espaços, não foi considerado adequado. "No projecto inicial, verificou-se que havia vários constrangimentos, essencialmente tendo por base a sua funcionalidade", adianta a vereadora da Cultura da Câmara da Feira, Cristina Tenreiro. Segundo a vereadora, a nova organização espacial será mais funcional e até mais viável para acolhimento dos eventos que se pretendem realizar no centro artístico. "Chegámos à conclusão de que o ideal seria a construção de dois espaços: um para a realização dos espectáculos; e outro para as residências, construção de materiais e oficinas artísticas. A existência das duas funções no mesmo espaço trazia muitos constrangimentos ao nível da elaboração de projectos", acrescenta a vereadora.

A câmara espera receber até ao final do ano uma resposta à candidatura de apoios comunitários para a construção do CCTAR. "Sempre dissemos que só avançaríamos com esta construção, se ela fosse financiada", lembra Cristina Tenreiro. Neste momento, a autarquia negoceia com a CCDRN as alterações ao projecto.

O que se mantém inalterável é o conceito inicial de congregar a comunidade nacional das artes de rua no mesmo espaço e, em simultâneo, desenvolver trabalhos de várias expressões artísticas com companhias internacionais.

O CCTAR, que será um equipamento único no país, foi concebido para dar expressão e continuidade ao Imaginarius - Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira, assegurando a realização de residências nacionais e internacionais de artistas de diferentes áreas e gerações. O inventor do cubo mágico, o húngaro Ernõ Rubik, a companhia catalã La Fura dels Baus e o fotógrafo italiano Oliviero Toscani, autor da mais polémica campanha da Benetton, foram já apresentados como consultores do CCTAR.

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