Pólonia decide que entrar no euro já não é uma "prioridade"

Em Janeiro de 2009, quando a crise era só financeira, a Islândia, num período de enormes dificuldades, começou a ponderar a sua entrada no euro. Agora, acontece o inverso.

A Polónia, um país da União Europeia, veio anunciar que afinal vai entrar mais tarde do que estava previsto na moeda única. Tudo por causa da crise do Estado grego e dos impactos que tem provocado na dívida pública de outros países, como Portugal, e no euro. E por causa das regras do controlo do défice impostas pelos programas de estabilidade e crescimento.

Witold Kozinski, responsável do banco central polaco, afirmou na quinta-feira à cadeia televisiva CNBC que a adesão à moeda única iria "certamente ser adiada", devido a factores como a instabilidade que se verifica por causa da Grécia. No entanto, acrescentou que a entrada no euro "irá acontecer" no futuro, sem entrar em mais detalhes.

Ontem, foi a vez do primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, vir a público confirmar que o calendário de adesão já não é um objectivo prioritário para o país. Citado pela agência de notícias polaca, a PAP, o governante reiterou que o mais importante é proteger a Polónia do contágio e consequências da crise gerada em Atenas. Até há pouco tempo, o ano de 2012 era apontado como a data de adesão à moeda única, mas o facto de poder controlar o zloty (e desvalorizar a moeda polaca) e fazer crescer o défice público sem retaliações parece trazer mais vantagens.

Analistas ouvidos pela Reuters defenderam que a entrada da Polónia, país que conseguiu crescer 1,7 por cento em 2009 e onde o grupo Jerónimo Martins e o Millennium bcp estão presentes, deverá ocorrer em 2015. No entanto, os mesmos analistas afirmaram duvidar que o actual Governo tenha vontade política para respeitar os critérios necessários, como reformas orçamentais agressivas. Em termos de défice público, teria de descer este indicador para 3 por cento do PIB, numa altura em que está nos 7 por cento.

Mesmo assim, a moeda única parece manter-se atractiva para outros países, como a Estónia e a Roménia. A Estónia tem-se preparado para aderir ao euro em 2011 e a Roménia espera seguir o mesmo caminho em 2014 ou em 2015.

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