Delegação de Serralves em Lisboa não se destina a exposições do museu do Porto

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O rés-do-chão das antigas instalações do BPI (edifício à esquerda na foto) na Praça do Município acolherá a delegação miguel manso

Promoção do equipamento cultural na capital passará por loja, cafetaria e pequeno auditório numa antiga dependência bancária na Praça do Município, e não por um pólo museológico

Não se destina a exposições o pólo que a Fundação de Serralves deverá abrir em Lisboa, ao lado da câmara municipal. As valências do projecto inicial incluem uma cafetaria, um auditório com 30 lugares e uma loja, o que o aproxima mais de um espaço promocional do museu do Porto do que de um pólo museológico. A revisão do projecto que está actualmente em curso deverá manter esta vocação promocional.

"O que está previsto desde 2006 é que este seja um espaço para acolher pessoas que se interessem por Serralves, e não para fazer exposições", confirma o presidente do conselho de administração da fundação, Luís Braga da Cruz. "Não será um pólo do museu, mas sim um pólo da fundação, um ponto de atendimento das pessoas", esclarece.

"Se houver algum desafio no outro sentido, nada é impossível", ressalva. "Mas convém não alimentar ilusões". A exiguidade do espaço - um rés-do-chão de 750 metros quadrados na Praça do Município, nas instalações do antigo Banco Borges & Irmão, hoje propriedade do BPI - é uma das condicionantes invocadas por Braga da Cruz. Mecenas de Serralves, o BPI decidiu colocar aquele espaço à sua disposição.

Apesar de o projecto ter sido aprovado pela Câmara de Lisboa há perto de ano e meio, as obras que o BPI tem de levar a cabo para instalar esta dependência de Serralves nem sequer começaram. E o presidente da fundação mostra-se surpreendido com as recentes declarações do vice-presidente da autarquia, Manuel Salgado, que disse esperar que a iniciativa avance em breve, uma vez que constitui "um importante factor de animação da Baixa" lisboeta.

"Não tinha ideia de que o assunto estava iminente", observa Braga da Cruz, acrescentando que desde que tomou posse, em Janeiro passado, o BPI nunca lho comunicou, pelo que pensava que o projecto continuava adiado. Este responsável não conhece sequer as antigas instalações do Banco Borges & Irmão. "Mas é uma ideia muito interessante", refere. "Estamos disponíveis para avançar a todo o momento".

"Um factor de animação"

Escusando-se a falar sobre as valências da delegação de Serralves em Lisboa, matéria que remete para a fundação, o BPI também não adianta uma data para a sua abertura. "Terá as valências que vierem a ser consideradas mais úteis", limita-se a dizer José Amaral, da comissão executiva do banco, assegurando que esta entidade não desistiu do projecto - que foi concebido no Risco, o atelier fundado por Manuel Salgado e do qual este se desvinculou quando assumiu funções na Câmara de Lisboa.

No final do ano passado o presidente do conselho de administração do banco, Artur Santos Silva, anunciou que a delegação iria abrir em 2010. "Vai ser uma maneira de Lisboa também ver Serralves, quando não quiser ir ao Porto", explicou nessa ocasião o banqueiro.

"Recordo-me de o projecto inicial ter uma pequena área de exposição", adianta o vice-presidente da câmara, insistindo na urgência da abertura do espaço, situado a escassas dezenas de metros do Museu do Design e da Moda. "Mesmo que não seja uma grande delegação de Serralves, constituiria um importante factor de animação da Baixa".

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