Assembleia sobre trabalhadores da Câmara do Porto sem resposta da direita e do executivo

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A recolha de lixo foi um dos temas

Recomendações e moções do PS, CDU e Bloco de Esquerda foram chumbadas. Comunistas querem nova reunião extraordinária sobre empresas municipais

Foi quase uma conversa unilateral, sem grande resposta das bancadas do PSD e do CDS-PP. A sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Porto, pedida pelo PCP, para "analisar a situação dos trabalhadores" do município foi ocupada por críticas dos partidos de esquerda ao tratamento dado aos funcionários municipais. Ninguém do executivo respondeu às perguntas e acusações feitas.

A discussão do ponto único da noite foi aberta por Belmiro Magalhães, da CDU, que acusou o executivo de "hostilizar os trabalhadores" e "desrespeitar" os seus direitos. Entre as várias críticas - que seriam repetidas, ao longo da noite, por deputados do PS e do Bloco de Esquerda (BE) -, constava o facto de a câmara optar por "externalizar" vários serviços, quando poderia recorrer aos funcionários do quadro; de "não dar resposta" aos trabalhadores que, tendo sido colocados em empresas contratadas, pediam para regressar à câmara; e de demorar "quatro anos" a responder a reclamações de funcionários referentes às avaliações.

O sistema biométrico de controlo de assiduidade foi outro dos cavalos-de-batalha da noite, assim como o facto - confirmado por elementos da comissão de trabalhadores e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, presentes na reunião -, de alguns funcionários estarem "encostados" ou a desempenhar funções desadequadas à sua categoria profissional.

Paulo Rios (PSD) e André Noronha (CDS) optaram por se limitar a criticar o modo como a assembleia foi convocada, com um ponto "vago" que, segundo os deputados, apontava para "uma total deslealdade política".

As moções e recomendações do PS (reavaliação das normas internas de horário de trabalho), BE (fim das empresas municipais) e da CDU (suspensão do sistema biométrico, fim da privatização da recolha de lixo) foram chumbadas. No final, Artur Ribeiro, da CDU, disse que iria solicitar aos partidos a realização de uma nova sessão extraordinária para discutir as empresas municipais, por considerar que "a situação como está, está mal."

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