Novas marcas portuguesas estão a ganhar força no país e a dar passos lá fora

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Nos últimos 10 anos, o sector têxtil perdeu, em produção, mais de 2,5 mil milhões de euros e perto de 100 mil empregos, devido à falência de muitas empresas, incapazes de resistir à quebra de encomendas, dada a forte dependência do regime de subcontratação. Mas a fileira têxtil agrega um conjunto alargado de subsectores, com diferentes histórias de sucesso e de afirmação no mercado externo.

É o caso dos têxteis-lar, que face à reduzida dimensão do mercado nacional desenvolveram uma forte estratégia de internacionalização. Actualmente, este sector representa 15 por cento da produção total do sector e a percentagem de exportações é de 80 por cento.

Depois de um período áureo de vendas para os Estados Unidos, beneficiando da forte valorização do dólar, o que gerava margens muito interessantes, o sector está a voltar-se mais para a Europa, que sempre representou o seu principal mercado, e para outros destinos. Na base da saída acelerada dos Estados Unidos (as exportações caíram 15 por cento em 2007, representando ainda um quinto do total exportado) esteve a desvalorização do dólar, mas também a forte concorrência de produtos asiáticos que se está a fazer sentir naquele mercado.

Outro subsector a ganhar uma importância crescente é o dos têxteis técnicos, com forte aplicação na área da saúde e da indústria automóvel. Este segmento - que o CITEVE, centro tecnológico do sector, tem ajudado a desenvolver - já assume um peso entre os 10 e os 12 por cento do total de volume de produção do sector, com o volume de negócios a ascender aos 700 milhões de euros, boa parte dos quais para exportação.

No segmento da fiação e tecelagem, um dos sectores que recebeu importantes apoios comunitários, o director geral da APT garante que hoje há um conjunto de empresas com produtos de muito boa qualidade, ao nível do melhor que se faz na Europa.

Para além da fileira industrial, o sector tem beneficiado do aparecimento de um conjunto de marcas portuguesas, muitas delas apoiadas por estilistas portugueses e com redes de lojas interessantes, tendo em conta a dimensão do país.

A Lanidor representa o projecto de maior dimensão, com 181 lojas em Portugal, 16 em Espanha e mais 18 espalhadas por vários países. A Dielmar, Ana Sousa, Onara, Modalfa e Red Oak são apenas alguns exemplos de outras marcas nacionais que vão ganhando dimensão crescente e compensando outros que já foram importantes, mas que ficaram pelo caminho ou estão em vias disso, como a Maconde, de Vila do Conde.

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