Juiz Garzón deverá será suspenso nos próximos dias

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Garzón ontem em Madrid

O juiz Baltasar Garzón deverá ser suspenso nos próximos dias, depois de o Tribunal Supremo ter decidido contra a recusa do instrutor Luciano Varela nas investigações dos crimes do franquismo. Ontem, durante quatro horas, Garzón foi interrogado pelo magistrado Alberto Jorge Barreiro por ter ordenado escutas telefónicas às conversas dos advogados com os acusados no caso Gurtel, a teia de corrupção que envolve personalidades do conservador Partido Popular.

A decisão do Supremo de não dar seguimento à queixa de falta de imparcialidade formulada pela defesa de Baltasar Garzón ao magistrado Varela, de que não há recurso possível, devolve ao magistrado a investigação sobre a alegada prevaricação de Garzón nas investigações sobre os crimes do regime franquista. Garzón alegara que Varela tinha orientado e corrigido os textos de acusação da Falange Espanhola e da organização Mãos Limpas. Agora, o Tribunal Supremo decidiu que, pela clarificação do teor das acusações, o magistrado Varela teve como objectivo proteger e ajudar o juiz Garzón a conhecer de que era acusado. Assim sendo, nos próximos dias, Luciano Varela vai processar o juiz da Audiência Nacional.

Legalmente, tal passo implica a suspensão preventiva de Garzón à frente do 5º Juízo da Audiência Nacional. Uma decisão que deverá ser tomada em 19 de Maio pelo Conselho Geral do Poder Judicial. Ontem, Garzón negou ter prevaricado e vulnerado a intimidade dos processados no caso Gurtel, ao ordenar escutas às suas conversas com os advogados de defesa. Garzón apenas respondeu às perguntas feitas pelo magistrado instrutor Jorge Barreiro, tendo-se negado a responder às dos advogados de acusação. Garzón tem ainda pendente um outro caso, por ter arquivado um processo contra Emílio Botin, presidente do Banco de Santander, entidade que financiou conferências do juiz em Nova Iorque.

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