Escolas sabem pouco sobre restrições na antiga Expo

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Na zona do Parque das Nações, há três escolas privadas e uma pública NÉLSON GARRIDO

Responsáveis escolares queixam-se de que não foram informados dos condicionamentos e não conseguem esclarecer dúvidas dos pais

Os condicionamentos a que vai estar sujeito o Parque das Nações, em Lisboa, por causa da realização da cimeira da NATO, nos dias 19 e 20, estão a provocar dores de cabeça a pais e responsáveis das escolas localizadas naquela zona. O perímetro de segurança provisório divulgado pela PSP não inclui estabelecimentos de ensino, mas os cortes na circulação automóvel vão dificultar a deslocação das crianças. A esse problema, junta-se a falta de informação sobre os condicionamentos.

É disso que se queixa o coordenador da Escola Básica Integrada com Jardim-de-infância Vasco da Gama. António Marques garante que os poucos dados de que dispõe sobre as implicações que a cimeira vai ter na vida do estabelecimento lhe foram transmitidos não pelo Ministério da Educação ou pela PSP, mas sim pela Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações.

O responsável já contactou a PSP e a Direcção Regional de Educação de Lisboa, para obter informações, mas não recebeu qualquer resposta. Apenas lhe foi dito que só na segunda-feira deveria haver esclarecimentos oficiais. Até lá, o coordenador da escola localizada na Rua da Ilha dos Amores (fora do perímetro condicionado) continuará sem saber o que responder aos muitos encarregados de educação que lhe têm dirigido perguntas sobre o assunto.

A informação de que foi decretada tolerância de ponto para Lisboa no dia 19, sexta-feira (ver mais na página 6 desta edição), chegou a António Marques através da comunicação social. Com a tolerância de ponto no horizonte, "a escola vai estar fechada" nessa data, admite o coordenador da Vasco da Gama, uma escola pública.

Privadas abertas a meio gás

Já o Colégio Oriente, que é privado, informou os encarregados de educação de que o estabelecimento continuará aberto, mas avisou que o serviço de transporte dos alunos na zona do Parque das Nações seria interrompido "por imposição legal", já que a Alameda dos Oceanos vai estar cortada. Face aos constrangimentos na circulação e à possibilidade de alguns alunos chegarem atrasados ou faltarem às aulas, na sexta-feira serão realizadas "actividades que não impliquem directamente a leccionação de novos conteúdos".

Ao final da tarde de ontem, depois de anunciada a tolerância de ponto para a próxima sexta-feira, Sónia Lopes, da direcção pedagógica do Colégio Oriente, disse que este deverá estar aberto nesse dia, apesar de alguns pais terem já informado que as crianças não irão à escola e farão "fim-de-semana prolongado". O estabelecimento, que tem alunos do pré-escolar ao terceiro ciclo, fica já no concelho de Loures, na Rua do Príncipe do Mónaco.

A creche Gato Amarelo (privada), na Rua Nova dos Mercadores, está fora do perímetro condicionado, mas "a maioria dos clientes vive na parte norte do Parque das Nações e utiliza a Alameda dos Oceanos para chegar até aqui", explica a proprietária, Vanda Vasques. Por isso, "algumas crianças não virão à creche", mas as portas continuarão abertas. "A maioria dos nossos clientes trabalha no sector privado e esses podem não ser abrangidos pela tolerância", explica. Também ela se queixa da falta de informação sobre o que vai mudar no Parque das Nações na próxima semana.

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