Portugal sobe no ranking da igualdade de género

Por força da participação das mulheres no mercado de trabalho e do aumento do seu peso no Governo, Portugal subiu 14 posições no ranking da igualdade de género. O país ocupa agora o 32.º lugar num índice criado pela World Economic Fórum, cujo relatório anual foi ontem divulgado.

O índice foi criado em 2006 com o propósito de captar a dimensão da desigualdade de género e de monitorizar os progressos feitos nesta área. Baseia-se em indicadores de política, de economia, de educação e de saúde. Para figurar na tabela, um país tem de, no mínimo, possuir dados sobre 12 dos 14 indicadores em análise. Este ano, a organização considerou 134 países.

O top 10 não surpreende. Como nos anos anteriores, quatro países da Europa do Norte mantêm-se firmes na dianteira. A Islândia encabeça a lista. Com uma primeira-ministra e um parlamento paritário a quase 100 por cento, é dona de uma das mais elevadas taxas de participação feminina no mercado de trabalho e, em Março, aprovou uma reforma que obriga as empresas públicas com mais de 50 funcionários a ter, no mínimo, 40 por cento de homens ou mulheres nos quadros.

A Noruega ultrapassou a Finlândia, que figura agora em segundo lugar. A Suécia completa o domínio nórdico. A Dinamarca está um pouco atrás - em sétimo. Talvez porque este índice de desigualdade de género está dissociado do nível de rendimento das famílias e do desenvolvimento nacional.

De acordo com o relatório, os nórdicos alcançaram igualdade na literacia há décadas. Há igualdade nos vários níveis de educação, excepto no superior, onde as mulheres já ultrapassaram os homens. A maior parte dos países desenvolvidos logrou este feito, mas poucos conseguem "maximizar o retorno desse investimento". Os cinco estados nórdicos foram os que chegaram mais longe. Tudo porque combinam elevadas taxas de participação feminina no mercado de trabalho com fossos salariais quase inexistentes e garantem às mulheres imensas oportunidades de ascender a cargos de chefia.

No ranking, seguem-se: a Nova Zelândia, a Irlanda, as Filipinas, a Suíça, a Alemanha, a Bélgica, o Reino Unido, a Holanda, a Letónia, a Espanha. Espanha subiu seis posições este ano, graças a "pequenas melhorias" em diversos indicadores. Os autores do relatório destacam um aumento na presença das mulheres no mercado trabalho e no Governo. E são precisamente esses indicadores que enfatizam, mais à frente, quando referem Portugal.

O Governo de Portugal está longe da paridade: tem um primeiro-ministro, 11 ministros e cinco ministras, o que mesmo assim o coloca em 21 lugar a este nível. A lei da paridade, que obriga os partidos a reservar um terço dos lugares das listas para as mulheres, provocou os seus efeitos no ano passado: nas eleições europeias de Junho, nas legislativas de Setembro e autárquicas de Outubro - na Assembleia da República, por exemplo, foram eleitas 62 deputadas, mais 14 do que em 2005.

Sugerir correcção