Pedidos à Cáritas passaram de cinco mil para 62 mil num ano

Número de portugueses atendidos em 13 dioceses do país disparou. Desemprego é o principal motivo

O presidente da Cáritas Portuguesa revelou ontem que no último ano, em 13 dioceses do país, o número de pessoas atendidas pela instituição aumentou de cinco mil para 62 mil pessoas. Os números reportam-se ao período entre Outubro do ano passado e Outubro deste ano e foram apresentados por Eugénio Fonseca à margem da reunião do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, que hoje termina em Fátima.

No encontro, responsáveis de 19 das 20 Cáritas Diocesanas reflectem sobre a forma como a instituição vai "enfrentar o futuro" e os dados relativos à ajuda prestada aos mais necessitados. Eugénio Fonseca estima que, globalmente, haverá um acréscimo, face ao ano passado, de 20 a 30 por cento de pessoas que no último ano passaram a receber apoio da instituição, sublinhando, contudo, que estes valores não espelham toda a realidade. "Infelizmente, algumas Caritas Diocesanas já não têm capacidade para atender todas as situações que lhes aparecem", referiu.

Segundo o presidente da Cáritas, os pedidos de ajuda têm "sobretudo a ver com o desemprego", que "depois traz coisas associadas", como a ausência de alimentos ou a impossibilidade de aquisição de medicamentos. "É o desemprego, neste momento, a razão principal que leva as pessoas a procurar-nos", garantiu o responsável.

Os números agora apresentados estão em linha com os de outras instituições de apoio social que se têm visto confrontadas com um número crescente de pedidos de ajuda por parte da população. O Banco Alimentar contra a Fome, que realiza a sua próxima campanha de recolha de alimentos em super e hipermercados no último fim-de-semana do mês, está neste momento a ajudar um total de 280 mil portugueses. E a procura dos refeitórios comunitários da União das Misericórdias Portuguesas aumentou entre 200 e 250 por cento no último ano.

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