Turistas estão satisfeitos com a Região Norte

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Mais de um terço dos turistas admite voltar ao Norte NELSON GARRIDO

Primeiros resultados do estudo que está a ser realizado são animadores, apontando caminhos para a melhoria da oferta turística

Mais de noventa por cento dos turistas que visitaram a Região Norte ficaram satisfeitos ou muito satisfeitos com aquilo que viram e viveram, prometendo aconselhar a visita a outras pessoas. E mais de dois terços admitem ainda voltar a visitar a região. Estes são, em resumo, os principais resultados da primeira parte do estudo de avaliação da satisfação dos turistas que está a ser efectuado por iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), que hoje vão ser apresentados.

O estudo, apenas relativo à última época alta (de Abril a Setembro), está a ser realizado pelo Instituto Superior de Estatística e Gestão da Informação da Universidade Nova de Lisboa e pela Qmetrics e tem por base, para já, 860 entrevistas realizadas no Aeroporto Francisco Sá Carneiro e em unidades hoteleiras de toda a região. Daqui a meio ano devem ser apresentados os resultados definitivos, incluindo também os dados relativos à época baixa. Espera-se, no final, que fique traçado um retrato fidedigno do turismo da região, o qual deve servir de guia para a orientação das políticas públicas com incidência neste sector.

"As recomendações que resultam do estudo vão ser tomadas em conta para a definição dos projectos a levar a cabo até 2015, no âmbito do actual quadro de financiamento comunitário, e vão ser importantes também para os agentes privados, para ajudá-los a melhorar a oferta turística", assegura Paulo Gomes, vice-presidente da CCDRN.

De acordo com este responsável, a primeira metade do estudo demonstra que os índices de satisfação dos turistas na Região Norte (que inclui os destinos Porto, Minho, Douro e Trás-os-Montes) são elevados e que a apreciação "é claramente positiva" (7,8 pontos em 10). "Mas o índice global de satisfação ainda não chegou ao valor muito positivo. Isto é estimulante e demonstra que existe margem de progressão em vários aspectos", explica Paulo Gomes.

"Queremos ser o terceiro maior des- tino turístico português e este estudo pode ajudar a atingir esse objectivo, pois permite esperar um aumento da procura na próxima década e, consequentemente, a criação de emprego e a dinamização das economias locais", sintetiza o vice-presidente da CCDRN, segundo o qual, após a conclusão dos trabalhos, deverá ser criado um barómetro de avaliação que acompanhará os efeitos das políticas a adoptar, com uma periodicidade trienal.

Paulo Gomes considera ainda que os primeiros resultados do estudo não traduzem grandes surpresas, confirmando, antes, uma série de apriorismos sobre a qualidade do serviço turístico. "O que é inovador é que a caracterização dos factores críticos para o sucesso não resulta de uma escolha predeterminada, mas das respostas livres dos próprios turistas", explica este responsável. Nesse sentido, o vice-presidente da CCDRN salienta que o estudo permite perceber que, "para a construção da imagem da região, aspectos como a saúde e a segurança são menos valorizados do que a simpatia e a modernidade".

"A avaliação da oferta hoteleira su- perou quase sempre as expectativas que tínhamos, a qualidade da gastro- nomia é muito valorizada, como a simpatia, mas o estudo permite também perceber, por exemplo, de que modo a dimensão modernidade influencia a imagem da região", diz Pau- lo Gomes, acrescentando que há mui- to trabalho a fazer na valorização da arquitectura contemporânea, na modernização do mobiliário urbano e na imagem do comércio e da restauração, bem como na captação de turistas estrangeiros (52,8 por cento dos inquiridos eram portugueses) e na limpeza urbana, sobretudo em algumas sub-regiões.

Do estudo resulta ainda que o Porto é o principal destino dos turistas que procuram a região (58,3 por cento, seguido do Minho, com 26,7 por cento) e que a informação turística, a sinalização (ver caixa) e as actividades de cultura e lazer são ainda do- mínios a carecer de intervenção, nomeadamente em algumas sub-regiões. A maior parte dos turistas, quase um terço, procura locais históricos, sendo os negócios o segundo motivo da visita (15,2 por cento). O Minho é das sub-regiões que menos insatisfação produz em quem a visita, facto que Paulo Gomes atribui ao esforço de qualificação urbana dos centros históricos realizado por algumas cidades e vilas ao longo da última década.

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