A glória do correio

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No PÚBLICO de anteontem aprendemos que os CTT esperam um "maior aperto" em 2010. Preparam a "liberalização plena dos serviços postais". Por que é que esta notícia me fez medo?

Pensei um bocadinho. É difícil elogiar. Parece que estamos a dar graxa; que queremos qualquer coisa. Enfurece os leitores. Mas a verdade tem de ser dita. A verdade é a novidade dos nossos dias. Admito que, apesar de 55 anos de vida, não consegui acumular uma única queixa dos CTT. Note-se que compro tudo online - livros; canetas; roupa; vinhos e amendoins. Relincho com o casamento da Amazon e do eBay com os correios e no conúbio entre as empresas na Internet e as transportadoras.

Tudo isto que é electrónico e aéreo funciona porque os correios - pneus e solas de sapato - funcionam bem. Eis alguns países que me mandaram coisas importantes e que os CTT trouxeram a nossa casa: Malásia; Vietname; Equador (um belo chapéu Panamá que chegou hoje); Chipre; Tailândia; Estados Unidos da América; Reino Unido; Israel.

Nunca falharam. Vem sempre um homem ou uma mulher dos CTT, simpatiquíssimos, eficientes e compreensivos, que tudo facilitam, tornando as entregas numa actividade aprazível e cúmplice. Nas estações dos CTT - a do Estoril e de Colares são tão maravilhosas que aposto que não há estação dos CTT que o não seja - é a mesma alegria. Os CTT, como as farmácias e os oculistas, são o melhor não só de Portugal como do mundo.

Não mudem nada, se fizerem favor. Não liberalizem esta liberdade.

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