Concurso de apoio às artes com menos candidatos

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DGArtes alargou áreas apoiadas

O concurso da Direcção-Geral das Artes (DGArtes) para apoios anuais e bienais, cujo prazo terminou na quarta-feira, recebeu, no total, 217 candidaturas, 90 das quais apresentadas por estruturas de teatro. Um número que sugere que várias companhias de teatro que habitualmente concorriam a estes apoios terão agora achado que não valia a pena fazê-lo, já que, em 2010, e só aos apoios anuais, tinham-se candidatado 110.

Ainda assim, das 90 que decidiram concorrer, só 46 poderão vir a ser apoiadas em 2011, já que foi esse o tecto máximo estabelecido neste concurso. No seu conjunto, receberão 3,1 milhões de euros, quando as 51 estruturas apoiadas em 2010 tinham recebido mais de 4,1 milhões de euros. Como a redução da verba disponível é da ordem dos 25 por cento e a quebra no número de companhias a apoiar ronda os dez por cento, estes números implicam que, em média, cada uma das estruturas irá receber consideravelmente menos.

Quer em número de estruturas, quer no montante dos apoios, o teatro foi a área mais sacrificada. O sector da música, com 420 mil euros, perde apenas 65 mil euros face a 2010, mas o número de estruturas apoiadas desce de 17 para 15. A dança mantém 14 companhias, mas receberá apenas 750 mil euros, contra os 930 mil que obtivera em 2010. Já a área dos cruzamentos disciplinares poderá contar com um milhão de euros a distribuir por 15 estruturas, quando, em 2010, tinha recebido quase 1,5 milhões, repartidos por 19 beneficiários.

No total, os apoios anuais e bienais contemplarão, no próximo ano, 108 estruturas, contra as 113 apoiadas em 2010. Mas há que ter em conta que este concurso contempla áreas, como a arquitectura, o design ou as artes digitais, que, em anos anteriores, só tinham recebido apoios pontuais. Daí que, no sector das artes plásticas e da fotografia, agora alargado a estas outras disciplinas, o número de estruturas a apoiar suba de 12 para 18.

O facto de a DGArtes ter alargado os apoios anuais a áreas que estes geralmente não cobriam poderá ser um sinal de que "não irá haver apoios pontuais", sugere Ada Pereira da Silva, dirigente da associação Plateia.

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