Encontro para promover reabilitação ?low cost não foi além das boas intenções

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Há algumas ideias, mas falta quem entre com o dinheiro e as casas paulo ricca

A ideia passava por criar um espaço de encontro que permitisse facilitar o contacto entre potenciais investidores e pessoas com ideias para reabilitar a Baixa e o centro histórico do Porto, de modo a alavancar o processo a partir da base, como alternativa à Sociedade de Reabilitação Urbana. No entanto, quando Tiago Azevedo Fernandes, o moderador do debate ontem promovido pela Addict - Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas e pela secção nortenha da Ordem dos Arquitectos, perguntou se estava presente alguém com capital para investir, só um braço se levantou - era a representante de uma imobiliária que procurava "recursos humanos".

O principal obstáculo à agilização do processo de reabilitação urbana ficou, assim, por resolver, ainda que vários dos intervenientes do debate e da posterior apresentação de projectos tenham garantido que é mesmo possível recuperar o património edificado controlando os custos. O capital que antes estivesse em falta continua, porém, a faltar, ainda que, conforme declarou Ana Carvalho, da Addict, o encontro de ontem possa, de algum modo, ter sido o início de um processo de encontro de parceiros.

De palpável, e para além dos projectos que já se conheciam, ficou a disponibilidade da Santa Casa da Misericórdia do Porto para acolher propostas para a recuperação e ocupação dos "inúmeros" edifícios devolutos de que é proprietária. "Não vou dizer que a aprovação das ideias será fácil, mas estamos abertos a propostas que permitam dar novos usos aos edifícios", disse Margarida Barbosa.

A outra boa notícia é o projecto Norte 41º (graus), da secção regional do da Ordem dos Arquitectos, no âmbito do qual esta instituição pretende criar um centro de arquitectura criativa e sustentável que seja capaz de avançar com projectos de regeneração urbana à escala da rua e do quarteirão. Miguel Nery, o responsável pelo projecto, considerou, porém, que a legislação existente é "completamente desadequada à reabilitação urbana".

Nuno Valentim, o autor do projecto de requalificação da Casa Andresen do Jardim Botânico do Porto, deixou no ar uma possível solução para este óbice: contornar a lei.

Após o debate e a apresentação de ideias, a iniciativa de ontem promoveu ainda uma sessão de contactos que permitisse o desenvolvimento de negócios e o surgimento de possíveis parcerias.

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