SRU recorre a imobiliária para escoar casas do Corpo da Guarda

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Os apartamentos mais baratos custavam 170 mil euros adriano miranda

Porto Vivo poderá recorrer também ao arrendamento no caso de alguns apartamentos não serem vendidos. Primeira tentativa de venda correu mal

Depois do insucesso da primeira tentativa para vender os nove apartamentos e o espaço comercial que detém no quarteirão do Corpo da Guarda, no centro histórico do Porto, a Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) está a estudar "formas mais agressivas" de levar o mercado a interessar-se pelos imóveis. A solução passará pelo recurso a uma imobiliária e, eventualmente, pelo arrendamento com direito de opção.

A Porto Vivo - SRU está já a estudar a forma como irá seleccionar a imobiliária que funcionará como parceira para a venda das dez fracções de que é proprietária no Corpo da Guarda. "Somos uma empresa pública, por isso, não podemos escolher esse parceiro de qualquer maneira", explica Rui Quelhas, o administrador da SRU que, recentemente, foi escolhido para, em conjunto com Ana Paula Delgado, assumir as funções de presidente deste organismo, até que seja encontrado um substituto definitivo para Arlindo Cunha, que deixou a função no final do ano.

Em Dezembro, a SRU colocou as habitações e a loja do Corpo da Guarda à venda, recorrendo a um processo de oferta em carta fechada, partindo de um preço base pré-fixado. O preço mais baixo era de um T1 e um T2, por 170 mil euros - valor que subia para 200 mil euros, em ambos os casos, com o valor da garagem (ver caixa). Apesar da divulgação da venda e de um período de visitas aos imóveis, no dia de abertura de propostas não havia uma única para avaliar.

Uma situação bem diferente da vivida pelo investidor privado, que detinha onze fracções no mesmo quarteirão. Conforme a própria Câmara do Porto já tornou público, o parceiro privado recorreu a "promotores imobiliários" e vendeu nove dos onze espaços.

As críticas aos preços praticados pela SRU, enquanto entidade pública, não se tardaram em ouvir, mas Rui Quelhas defende os valores com que as habitações e o espaço comercial foram colocados no mercado. "Enquanto empresa pública, com participação do Estado, não nos é permitido vender os espaços por um valor abaixo do seu custo", explica. No Corpo da Guarda, o investimento na aquisição dos prédios e na própria reabilitação ditou o preço, garante.

Rui Quelhas afirma que a Porto Vivo está pronta para recorrer a "formas mais agressivas" de venda, apoiadas nas imobiliárias. Os espaços que não se venderem deverão ser alugados, por um período limitado, findo o qual, os arrendatários terão direito de opção de compra.

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