Educação, lixo e espaços verdes lideram despesa

Com uma dotação de 36,5 milhões de euros, o sector da educação e da juventude é um dos que lideram a despesa na proposta de orçamento - ficando, no entanto, muito aquém dos pesados custos de funcionamento da máquina camarária.

Só a direcção municipal de recursos humanos deverá consumir em 2011 mais de 239 milhões, ou seja, perto de um quarto do bolo total do orçamento. Se a isso se juntarem mais 48 milhões para os serviços centrais (apoio aos órgãos do município e departamento jurídico, entre outros itens) fica-se com a noção de que não resta assim tanto dinheiro para outro tipo de despesas.

A recolha do lixo e a manutenção dos espaços verdes são dos serviços que mais dinheiro deverão poder gastar, qualquer coisa como 67 milhões, uma quantia significativa dos quais 12,3 milhões servirão para pagar horas extraordinárias aos trabalhadores. Outro departamento onde as horas extraordinárias representam muito dinheiro é o Regimento de Sapadores Bombeiros: mais de 7,2 milhões, para cerca de 900 funcionários, o que dá uma média de oito mil euros por cabeça. No orçamento de 2010, que foi chumbado, os bombeiros tinham orçamentados apenas 3,6 milhões para serviço extraordinário.

Já a direcção municipal de conservação e reabilitação urbana tem inscritos para o ano que vem 23 milhões de euros, um montante inferior ao da cultura, que deverá contar com 29 milhões.

No Programa de Investimento Prioritário em Acções de Reabilitação Urbana, que envolve a reabilitação de mais de uma centena de edifícios em bairros históricos como o Bairro Alto, Alfama e o Castelo, estão inscritos 47 milhões: dos 120 milhões inicialmente autorizados, o Governo só permite agora à Câmara de Lisboa gastar este montante.

As transferências de verbas da câmara para as juntas de freguesia sofrem um corte de meio milhão de euros relativamente aos 10,5 milhões orçamentados para 2010. Em prémios, condecorações e ofertas a Câmara de Lisboa espera gastar no ano que vem 267 mil euros, um montante substancialmente inferior ao que já desembolsou para este fim em anos anteriores. A.H.

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