Menezes receia efeito das portagens na Circular do Porto

O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, admitiu ontem estar "receoso" de que o pagamento de portagens na futura Circular Regional Externa do Porto seja factor de dissuasão na sua utilização. "Estou um pouco receoso, porque está previsto o pagamento de porta- gens e não sei até que ponto esse pagamento, nomeadamente se for pesado, não poderá ser um dissuasor da vontade que as pessoas teriam de utilizar esta auto-estrada", afirmou o autarca durante uma visita realizada às obras em curso na A41.

No âmbito da concessão rodoviária Douro Litoral, estão a ser construídas três auto-estradas: a A41, que ligará Picoto ao nó da Ermida, com 33 quilómetros; a A43, entre Gondomar e Aguiar de Sousa, com 8,5 quilómetros, e a A32, entre São João da Madeira e a Ponte do Freixo, com 34,7 quilómetros.

A A41, prevista para terminar "no final de Março", permite circular por todo o exterior do concelho de Gaia, passando pelas freguesias de Pedroso, Olival e Sandim, atravessando para Gondomar (onde liga à A43), em Lever, através de uma nova ponte.

"A questão de pagamento de portagens nas áreas metropolitanas é uma matéria que penso que a médio prazo terá de ser pensada com algum cuidado. Não é voltar atrás com o que se decidiu, mas com a aplicação de regras que admitam alguma flexibilidade", realçou Menezes.

Com a conclusão das obras, o au- tarca espera que o tráfego "que vem do Sul e se dirige para Trás-os-Montes ou Minho" seja desviado de Gaia, permitindo avançar para o novo pro- jecto de mobilidade eléctrica de liga-?ção ao interior do concelho na Estrada Nacional n.º 222 (EN222) que terá um corredor exclusivo para transporte público.

"Um corredor exclusivo pressupõe reduzir faixas para automóveis e isso só vai ser possível se o impacto destas obras (A41/A32) levar a uma saída significativa de veículos ligeiros da EN222", explicou o autarca e ex-líder social-democrata.

Quanto à introdução de portagens na A29 em Gaia, em Outubro de 2010, Menezes recordou a proposta enviada ao executivo para deslocar um dos pórticos, que, "formalmente, nunca teve resposta". "Sei que muito dificilmente haverá uma resposta positiva. Espero é que quando houver outras condições políticas haja a justiça de fazer a alteração", sublinhou.

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