Norte de Portugal, Galiza, França e Reino Unido projectam cluster do audiovisual

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A ideia é rentabilizar a capacidade instalada de várias cidades europeias no sector audiovisual CARLA CARVALHO TOMÁS

Primeiro passo para a criação do Imagina Atlântica foi ontem dado no Porto. Cidade francesa de Angoulême deverá liderar o processo, beneficiando da capacidade de produção instalada

Meia centena de instituições do arco geográfico que vai do Porto ao País de Gales estiveram ontem reunidas no Palácio das Artes portuense para lançar o processo de constituição de um cluster do audiovisual na fachada atlântica da Europa. O centro nevrálgico e impulsionador do projecto Imagina Atlântica deverá ser a cidade francesa de Angoulême, dada a sua importância para o sector, com 80 empresas e sete centros de formação na área do audiovisual, ao que acresce o conceituado salão de banda desenhada, este ano na 38.ª edição.

"Este é um projecto absolutamente inédito na Europa e que tem pernas pa- ra andar", disse ao PÚBLICO Xoán Vásquez Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, organização transfronteiriça de municípios do Norte de Portugal e da Galiza. A reunião de ontem, que juntou representantes de empresas, universidades e instituições públicas do Norte de Portugal, da Galiza, da França e do Reino Unido, constituiu um primeiro passo de um processo que, "se correr bem, poderá estar consumado daqui a um ano".

A ideia passa por aproveitar as competências existentes na área do audiovisual (cinema, animação, publicidade, televisão e banda desenhada) em várias cidades do Espaço Atlântico e avançar para projectos comuns.

Jovens a circular

Numa primeira fase, o projecto deverá permitir a circulação de estudantes e estagiários pelas várias cidades envolvidas. No futuro, a reunião de esforços e conhecimentos deverá permitir avançar para a cooperação com a indústria do audiovisual, "com o formato que as empresas decidam", sublinhou Vásquez Mao.

"Há várias ideias em cima da mesa, mas, para já, queremos assentar as bases e permitir que os diferentes centros se conheçam. Não estamos à procura de fazer algo mediático, mas sim de avançar consistentemente, com prudência", explicou ao PÚBLICO o responsável pelo Eixo Atlântico. Vásquez Mao salientou, de resto, que o facto de terem estado presentes na reunião de ontem meia centena de instituições constitui, desde logo, um sucesso. "Estávamos a apontar para umas vinte", reconheceu.

Pelo lado português, notava-se a ausência de alguns dos mais importantes festivais da região, como o Fantasporto, o Cinanima ou o Festival de Curtas-Metragens de Vila do Conde, de instituições como a Casa da Animação ou de alguns institutos de formação. Estavam, ainda assim, presentes as universidades do Porto, de Aveiro, Católica e Lusíada, bem como a Escola Superior Artística do Porto e os festivais Black & White, U-Frame e Fest. Também não compareceu qualquer produtora portuguesa.

O cluster do audiovisual do Espaço Atlântico tem assegurado financiamento pelo Feder até 2012, envolvendo, para já, um investimento de 1,64 milhões de euros. O próximo passo deverá ser dado em Angoulême, onde decorrerá um encontro destinado às empresas do sector.

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