Países da Europa Central com melhores transportes públicos

Estudo de investigadores espanhóis avaliou a oferta de 45 cidades

Os países da Europa Central são aqueles que têm o melhor sistema de transportes públicos em termos de oferta, ultrapassando os países mediterrânicos.

A conclusão é dos investigadores espanhóis Daniel Albalate e Germà Bel que, para chegarem a esta conclusão, analisaram uma série de variáveis económicas, institucionais e geográficas para medir a procura e a oferta de 45 cidades europeias.

"Os países da Europa Central têm uma maior provisão de transportes públicos em relação ao número de habitantes do que os países mediterrânicos", sintetiza Daniel Albalate, destacando que para tal contribuem decisivamente dois factores: o produto interno bruto e as restrições fiscais. "O sector público nos países mediterrânicos normalmente sofre de falta de recursos e de constrangimentos orçamentais, enquanto o sector público na Europa Central está melhor fundado, portanto aí é possível dar aos cidadãos uma melhor oferta", explica o professor da Universidade de Barcelona.

No estudo publicado em Setembro na revista Transportation Research verificou-se ainda que as capitais políticas tendem a ter uma oferta (medida em número de lugares por quilómetro, independentemente de haver um ou mais modos de transporte) superior à das restantes cidades. "Talvez porque têm mais serviços e mais pessoas visitam as capitais políticas por questões administrativas e precisam de mobilidade", diz Daniel Albalate, acrescentando que nalguns casos pode até haver um "excesso de oferta". Como exemplo, o investigador menciona Madrid, onde na última década têm sido desenvolvidos programas de investimento largamente superiores aos de Barcelona.

Neste estudo concluiu-se ainda que a entrega dos transportes públicos a privados não é necessariamente má. "O sector privado tem maior capacidade de adequar a oferta à procura, enquanto o sector público sofre pressões e tem obrigações de serviço que podem produzir um excesso de oferta", explica o investigador, salientando porém que os dados que analisou não permitem concluir se o padrão de qualidade se mantém ou não quando há privatizações. I.B.

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