"Quero que a JSD funcione como um apoio para esclarecer jovens"

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O actual vice-presidente quer liderar a JSD DANIEL ROCHA

Duarte Marques, actual vice da JSD, é candidato a líder com uma proposta: os jovens devem votar aos 16 anos

Duarte Marques já é vice-presidente da JSD e da Juventude Popular Europeia. Agora quer ser o número um da "Jota laranja" e faz das suas principais bandeiras o desemprego e a falta de qualidade do ensino. O candidato, que se revê na estratégia de Passos Coelho para o país, quer atrair os jovens para a política e propõe que votem aos dezasseis anos. A candidatura é apresentada hoje na Faculdade de Ciências de Lisboa.

Quais são as principais propostas da sua candidatura à liderança da JSD?

O mote desta candidatura é resgatar o futuro desta geração e da que vem atrás, uma geração que tem o futuro comprometido pelas gerações anteriores. Esta é uma situação de grande crise e de grande complexidade, o país está como nunca esteve. Os problemas são maus para a generalidade das pessoas, mas são ainda mais graves para os jovens. Quando falamos de desemprego entre 10 e 12 por cento, o desemprego jovem galopa para os 20 por cento e há zonas do país onde chega aos 30. A minha bandeira fracturante é o desemprego jovem e a falta de qualidade do ensino em Portugal. Nós temos um paradigma que governamos para estatísticas no ensino e não para competências.

O que pensa fazer para inverter o afastamento dos jovens da política?

Preocupa-me muito mesmo o afastamento dos jovens da política, têm que ser os jovens a participar e a decidir o seu futuro. O meu grande desafio na JSD é ir para a rua, voltar a estar nas escolas e ganhar a confiança dos jovens, alertá-los para os problemas que o país enfrenta. Temos que participar mais na vida da sociedade e votar mais. Deixo o desafio a que, num horizonte de cinco anos, os jovens votem com 16 anos. Se podem casar, comprar casa, ser presos, porque é que não hão-de votar? Esta é a geração com mais informação de todas, nunca houve uma geração tão informada.

Qual é o papel das "jotas" no cenário político?

As "jotas" têm que se reinventar. Temos que criar mais confiança junto dos jovens. Quero que a JSD seja mais um partido de juventude do que uma juventude partidária, que saibam que têm ali gente que os defende e que lute pelas suas causas. Que funcione como um apoio para esclarecer os jovens sobre coisas tão simples como, por exemplo, pagar impostos, como se podem colectar ou criar a sua própria empresa. Temos que ter um papel também pedagógico. Uma das propostas que faço é que os partidos devem ser todos obrigados a fazer mais formação política. Proponho que, pelo menos, 1 por cento do financiamento público partidário seja investido em formação. Contratem universidades, escolas, empresas, façam formação directa. É uma forma de atrair jovens para a política, melhorar os quadros das empresas e melhorar a democracia.

Concorda com a estratégia até agora seguida por Pedro Passos Coelho relativamente ao Orçamento do Estado?

Eu não sou candidato a presidente do partido. Nós tomámos uma decisão forte há uma semana atrás (o chumbo do Orçamento do Estado) e revejo-me, claro, também na proposta do presidente do partido que foi aprovada agora, que é negociar com o Governo e exigir que corte na despesa, porque o Orçamento está a cortar no Estado social e acho que o Estado tem que cortar, sobretudo, na despesa que é estrutural. Pedro Passos Coelho arriscou tudo e está a fazer um trabalho fantástico nessa matéria.

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