Câmara do Porto quer cantinas das escolas abertas nas férias de Natal

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A ideia é assegurar pelo menos o almoço dos alunos do 1.º ciclo PEDRO GRANADEIRO/NFACTOS

Presidente da autarquia diz que ainda está a ser estudada a forma como a medida excepcional poderá ser aplicada

A Câmara do Porto quer manter as cantinas escolares sob a sua alçada abertas no período das férias de Natal. A novidade foi avançada, ontem, na reunião do executivo, pelo presidente Rui Rio, após uma interpelação do vereador da CDU, Rui Sá, sobre eventuais situações de carência económica das crianças portuenses.

O comunista quis saber se os serviços municipais têm conhecimento "de crianças que estejam a passar por momentos difíceis em termos de alimentação" e se "estão a ser tomadas medidas" para combater essa carência. Rio disse, então, que a câmara está a estudar a abertura das cantinas nas férias natalícias. "Acho que vamos ter de o fazer. E será para os miúdos todos, sem grandes burocracias, quem quiser comer, come, quem não quiser não vai. Assim podem continuar a ter esta refeição", disse.

Sá saudou a medida, mas insistiu na necessidade de contabilizar o número de crianças carenciadas "para se saber que medidas se podem propor".

No final da reunião, Rio confirmou aos jornalistas a intenção de abrir as cantinas, para o almoço, durante as férias de Natal, mas salientou que a aplicação da medida ainda está a ser estudada. O autarca disse ter sido "o clima geral" de crise que levou o executivo a avançar com esta proposta. "Admito que haja muitas famílias com dificuldades destas", disse.

Numa tentativa de combater eventuais carências alimentares dos alunos do concelho, a Câmara de Gaia também anunciou que, a partir de Janeiro, irá fornecer quatro refeições diárias às crianças dos ATL e do 1.º ciclo. De acordo com o município, o reforço representa um investimento na ordem dos 1,3 milhões de euros.

Casas desocupadas

Os problemas relacionados com a habitação social estiveram, também, ontem, presentes na discussão do executivo, depois de vários munícipes se dirigirem à vereadora Matilde Alves pedindo uma habitação.

No final das exposições, a vereadora do PS, Fernanda Rodrigues, pediu que fosse fornecida à oposição uma lista das casas da autarquia que se encontram desocupadas. Em resposta, a vereadora da Habitação sugeriu aos vereadores do PS que fizessem uma visita à empresa municipal DomusSocial, para perceber como funcionam os serviços. Rodrigues não gostou da resposta. "Isso não nos resolve o problema. Estamos a brincar com as coisas que são ditas", afirmou. Rui Rio interveio, dizendo que lhe parecia "bem" disponibilizar a informação solicitada, "desde que não seja para chicana política". Sá sugeriu a Rio e a Matilde Alves que se juntassem a ele para uma visita "às casas devolutas" da câmara na cidade e que, defende, são "dezenas" só no centro histórico.

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