Incidência de diabetes em Portugal é "alarmante"

Quase 40% da população é diabética ou pré-diabética. Secretário de Estado da Saúde diz que é necessário mudar hábitos alimentares

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde mostrou-se ontem preocupado com a incidência "alarmante" de diabetes em Portugal e apontou a necessidade de aumentar o esforço para levar os portugueses a comer melhor e a praticar exercício. "É uma matéria onde claramente estamos muito preocupados e vamos ter de insistir no contexto de políticas intersectoriais envolvendo questões de ordem alimentar, educacional ou estimulação do desporto", disse Fernando Leal da Costa.

O governante, que falava a partir de Copenhaga, onde participa no Fórum Europeu da Diabetes, organizado pela presidência dinamarquesa da União Europeia, apontou que "os portugueses comem muito e mexem-se pouco", mas é também a qualidade da alimentação que está em causa. "Temos um perfil alimentar errado que começa cedo. As crianças ingerem quantidades anormalmente elevadas de refrigerantes, quantidades de açúcar demasiado elevada, uma carga muito grande de gorduras na maioria dos alimentos", defendeu.

Dados de 2010 apontam para 12% da população, mais de 990 mil indivíduos, com diabetes mellitus e para uma prevalência de pré-diabetes de 26%, ou seja, quase 40% da população é pré-diabética ou está diabética. "Isto é alarmante e indica que temos de fazer qualquer coisa de muito profundo para ensinar os portugueses a comer progressivamente melhor e a combater o problema da obesidade infantil, com educação muito forte junto das famílias e das crianças", salientou Leal da Costa.

Dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), relativos ao ano 2010 e divulgados na terça-feira, indicam que Portugal é o terceiro país, num total de 33, com maior prevalência da diabetes. Segundo o governante, em 2010, em ambulatório, só em medicamentos, foram gastos 180 milhões de euros, o que correspondeu a 7,8% de toda a despesa nesta área, valor a que acrescem outros custos relacionados com as complicações da doença, como o absentismo. Lusa

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