Escolas não estão prontas para central de compras

A Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) e a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) não vêem com preocupação o facto de o Governo ter decidido reduzir os suplementos remuneratórios dos directores, subdirectores e adjuntos das escolas. Entendem que os cortes, que em alguns casos atingem os 400 euros mensais, são um mal necessário, e estão mais preocupados com a falta de pessoal especializado para trabalhar, já a partir de Janeiro, com a central de compras escolares, ou com o facto de ter sido reduzido o número de adjuntos.

"É um facto que nos penaliza [a redução dos suplementos remuneratórios], mas mais importante do que esse dinheiro que deixará de ser ganho é o facto de ter sido decidida a diminuição dos adjuntos nas escolas. Essas duas questões foram alvo de discussão entre a associação e os secretários de Estado da Educação e a última é que nos deixa mais preocupados", disse ontem ao PÚBLICO o presidente da ANDAEP, Adalmiro da Fonseca.

Este dirigente associativo disse ainda que irá ter lugar uma reunião nacional, em Lisboa, no dia 15, no decurso da qual deverá sair uma moção onde será manifestada a preocupação por existirem menos adjuntos nas escolas e onde serão analisadas outras preocupações, nomeadamente as que se relacionam com a gestão dos programas escolares e as que se irão colocar, já a partir do início do ano, quando as escolas se depararem com a obrigatoriedade de efectuarem as suas aquisições através de uma central de compras do Estado. É que, de acordo com este responsável, a grande maioria das escolas nacionais não possui técnicos habilitados para lidar com as novas exigências

"Precisamos de gente especializada, para a questão das centrais de compras, e de gente que se possa dedicar a tempo inteiro à escola, como é caso dos adjuntos", refere, por sua vez, o presidente da ANDE, Manuel Pereira, salientando que a não resolução destes problemas causa "angústia e não dá estabilidade ao corpo docente".

Relativamente à redução dos suplementos remuneratórios, o presidente da ANDE diz que "esse não é um problema muito importante, mas sim um sacrifício que todos [população do país] temos que fazer". Salientando que na ANDE "não discutimos dinheiro mas sim os princípios", este dirigente espera que sejam fornecidos indicadores relativos ao pessoal que irá lidar directamente com a central de compras, de modo a que não surjam carências ou acusações de má gestão.

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