Teatro ibérico sem fronteiras

Abre e fecha com música e dança e com companhias geograficamente exteriores à expressão ibérica, mas isto não significa (pelo menos, por agora) nenhum abandono da matriz original e histórica do Festival Internacional de Expressão Ibérica (FITEI), cuja 33.ª edição vai de 28 de Maio a 10 de Junho. Trata-se, tão- só, de "colmatar o défice de programação de dança que o Porto tem sentido nos últimos anos", por um lado, e também de revelar o que há de ibérico, e de universal, em produções de países como a França, a Itália, a Inglaterra e mesmo o Canadá.

São explicações de Mário Moutinho, director do FITEI, na apresentação do próximo festival, realizada ontem no Teatro Nacional São João (TNSJ). E a escolha deste palco não foi ao acaso: "Sem a parceria com o TNSJ - justificou Moutinho - o FITEI não poderia ser realizado, no Porto, com a dimensão que vai ter".

O festival abre oficialmente na noite de 28 de Maio, no próprio TNSJ, ao ritmo do imaginário basco, com o espectáculo de teatro e de dança Hnuy Illa, uma parceria das companhias Kukay e Tanttaka.

O Último Acto (chama-se mesmo assim o alinhamento final) vai voltar a Matosinhos, ao exterior e interior do Teatro Constantino Nery, com os espectáculos Underground (Motionhouse Dance Theater, Reino Unido), Emigranti (Faber Teater, Itália) e Amanay, Estado de Fragilidad (Alkimia, Espanha). Assinalem-se também três estreias absolutas: Utópolis, criação do Teatro Frio; Filho da Europa, a partir de Peter Handke, encenação de João Garcia Miguel; e Fim de Partida, de Beckett, encenação de Julio Castronuovo.

O NEC - Núcleo de Experimentação Coreográfica foi convidado a fazer algo novo para o FITEI: vai apostar no projecto Viver a Rua, uma ideia do britânico Joshua Sofaer, e que propõe dar o nome de uma rua do Porto a um cidadão (até aí) anónimo. A Câmara aceitou o desafio.

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