PS recua e viabiliza debates televisivos com todos os líderes partidários

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PS acabou por aceitar formato proposto pelas três estações Carlos Lopes/arquivo

O local dos dez debates será "neutro", em nome do "princípio de igualdade".
Com esta solução o primeiro-ministro José Sócrates não irá aos estúdios da TVI

a Foi a reviravolta num cenário que apontava para que não houvesse debates nas televisões: o PS mudou de posição e anunciou ontem, ao final da tarde, que aceitava os frente-a-frente com todos os líderes partidários, embora com algumas condições.Os debates terão que se realizar em local neutro, ou seja, fora dos estúdios das três televisões. O PS argumenta com o princípio de igualdade entre os candidatos, mas o certo é que esta solução não obriga José Sócrates a ir aos estúdios da TVI. Os 10 frente-a-frente entre os líderes partidários serão divididos por RTP, SIC e TVI, após sorteio. O primeiro debate pode realizar-se já a 2 de Setembro, um dia depois da entrevista com o primeiro-ministro José Sócrates, na RTP1. Os pormenores das transmissões televisivas, como seja a escolha do local ou dos jornalistas moderadores, deverão ser acertados hoje numa reunião entre os representantes dos partidos e das televisões.
A realização dos debates em formato proposto em conjunto pelos três canais era ontem à tarde já pouco ou nada esperado entre os responsáveis das televisões. Só ao final da tarde é que o PS fez saber às televisões a sua nova posição de viabilização dos frente-a-frente e depois o anunciou aos jornalistas. "O secretário-geral do PS já provou que não tem receio dos debates políticos", justificou Vieira da Silva, director da campanha socialista, em declarações, na sede do partido, em Lisboa. Os responsáveis das televisões suspiraram de alívio e acreditam que agora tudo pode ser desbloqueado.
A posição do PS surge depois de ontem o PÚBLICO ter noticiado que o PSD tinha aceite formalmente a proposta conjunta das televisões, o que deixava para o PS o ónus de inviabilizar os debates com todos os líderes partidários com assento parlamentar.
No final de Junho, os canais de televisão começaram a enviar individualmente as suas propostas sobre os debates para os partidos. Da parte dos partidos mais pequenos, a resposta positiva foi quase imediata, mas PS e PSD só responderam na semana passada. "Não se pronunciaram sobre as primeiras propostas das televisões e fizeram propostas a partir do zero", recorda José Alberto Carvalho.
Até ontem, ao início da tarde, o PS mantinha a proposta que fez inicialmente: Sócrates estaria disponível para dois frente-a-frente com Ferreira Leite e para um debate alargado com os cinco líderes partidários. O impasse estava a inviabilizar a concretização de todos os "duelos", já que têm de ser todos transmitidos antes do início da campanha eleitoral, a 12 de Setembro, e coordenados com as transmissões de futebol em horário nobre. De fora ficará um debate alargado aos cinco candidatos que Vieira da Silva considerou ser "desnecessário" face aos frente-a-frente.

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