Expansão do metro só pára se TGV parar

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Rui Rio só aceitaria a suspensão da rede se outros projectos nacionais também o fossem NFACTOS/RICARDO CASTELO

Junta Metropolitana do Porto defende para o metro o mesmo princípio que defende para as Scut. "Tratamento igual ao resto do país", disse Rui Rio no final da reunião daquele organismo

Não há muita volta a dar ao texto: para os presidentes das câmaras da Área Metropolitana do Porto, os problemas das portagens nas Scut e da expansão do metro nortenho têm "um denominador comum". No final de mais uma reunião da Junta Metropolitana do Porto (JMP), o presidente deste organismo, Rui Rio, explicou qual: "Temos um princípio de exigência - que o tratamento a ser dado às diversas regiões seja igual", disse.

Traduzindo em miúdos, o também presidente da Câmara do Porto explicou que se "a terceira travessia sobre o Tejo vai avançar e o TGV lá em baixo também", não há razão para o metro do Porto ter um tratamento diferente. Tanto mais que, frisou, o próprio ministro das Obras Públicas, António Mendonça, numa reunião recente com a JMP, garantiu que a expansão da rede de metro não seria suspensa. "Foi perguntado ao ministro, inequivocamente, se o metro iria ser afectado pelo Plano de Estabilidade e Crescimento. Ele disse inequivocamente que não", disse Rio.

A mesma resposta, disse o autarca, foi proferida por Mendonça quando questionado sobre se a linha da Trofa poderia ser travada, por constrangimentos financeiros, ou se a 2.ª fase de expansão da rede poderia ser adiada. "Segue, porque o ministro disse que sim", garantiu Rio.

Para a junta metropolitana, qualquer atraso no processo só poderia ser avaliado se o TGV e a 3.ª travessia do Tejo também parassem. "No limite, só aceitamos equacionar se alguma coisa fica ou não à espera, se for assim para o país todo. Como não é, e obras mais pesadas já estão a andar, como poderia um governo nacional parar esta?", ironizou.

Problema de tesouraria

Sobre os problemas financeiros da Metro do Porto, divulgados nos últimos dias, Rio desvalorizou-os como uma questão de "ruptura de tesouraria, que não tem nada que ver com o futuro da rede". O autarca defendeu que "é um problema de gestão quotidiana da Metro, que o seu accionista principal [o Governo] terá de resolver, como resolveu no passado".

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